sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

V-I-N-T-E (20) de Dezembro, 2007 - o report

Para os metrosexuais e afins que decidiram escapulir-se ao evento de repercussões tectónicas que foi o primeiro jantar V-I-N-T-E (20), que a vergonha e o arrependimento sejam os vossos amargurados companheiros por toda a vossa miserável eternidade. O coração da nossa velha Lisboa foi estrondosamente abalado pela tonitruante onda de choque que a estreia do V-I-N-T-E (20) libertou de forma selvagem no seu âmago. Para que de futuro escolham melhor as vossas opções de vida, aqui deixamos singelas, resumidas e sintéticas pistas do que poderiam ter vivenciado caso não tivessem escolhido permanecer nos vossos lares escuros e frios, envergando pantufas rotas e visionando um qualquer Desportivo das Aves - Beira Mar de 1994 na RTP Memória enquanto a vossa companheira punha rolos no cabelo. Essa sopeira.

O caríssimo e intensamente desagradável nekkro movkko desvirginou duas freiras com cornos envelhecidos de cabra norueguesa. Ei-lo no pós-acontecimento:


O entertenimento era familiar e de classe. A subtileza e a elegância são a imagem de marca destes eventos. Para o segundo V-I-N-T-E (20), tragam os mais pequenos.

O grande Artista Mouco, do alto dos seus 2m13, foi uma presença constante de rectidão e integridade. É, de facto, o pilar da sociedade Mouca. E um bocadinho parvo, ocasionalmente.

E, obviamente, houve sangue.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

V-I-N-T-E (20) de Dezembro, 2007


A ideia surgiu aqui um bocado no avacalhanço -- como tudo neste Clube dos Amigos do Mouco -- mas vai materializar-se já hoje... O primeiro Jantar de V-I-N-T-E (20) já tem lugar e hora marcada. Como todos (ou quase todos) partilhamos os sentimentos partilhados pelo nosso querido nekkro na sua última pescada, este não será mais um qualquer jantareco de Natal como tantos outros que se fazem por aí actualmente -- a fotografia em cima é mesmo só para regalar a vista enquanto estou a escrever isto, confesso.

O jantar de V-I-N-T-E (20) será, isso sim, uma celebração pura e dura desse número mágico [o V-I-N-T-E (20) para os leitores mais distraídos] que tanto impacto tem tido na nossa vida durante as últimas semanas. O objectivo primordial é mesmo beber V-I-N-T-E (20) copos, mas vamos tentar que hoje à noite tudo seja feito V-I-N-T-E (20) vezes. Não será uma tarefa nada fácil, mas os Moucos sentem-se prontos a encarar o desafio de frente e, segundo as previsões mais recentes, este primeiro evento com chancela C.A.M. promete dar que falar e pode muito bem transformar-se num deboche de proporções dantescas.

Amanhã fazemos por aqui um balanço do que se passou -- com provas fotográficas do caos, quiçá -- e, se os resultados forem tão caóticos como estamos a prever, como ser que o Jantar de V-I-N-T-E (20) se transforme num ritual mensal com participação de Moucos e associados.

fvkk khristmas.

o dito "natal" é vma celebração da invtilidade nojenta do ser humano. kve todos os centros comerciais do mvndo sejam invndados por chvvas ácidas e nuvens de napalm e sarin, para os kristãos terem o natal kve merecem.

fvkk.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Newsflash

Segundo fonte segura com a qual privei há momentos, há algumas décadas atrás nesse centro de urbanidade classicista conhecido como Bairro Alto, bastava abrir uma porta (qualquer porta, aparentemente) para nos depararmos com vinte (20) putas. Hoje em dia, segundo a mesma fonte, as mesmas portas dão para o que se pressupõe serem as mesmas divisões, mas agora preenchidas por, e volto a citar, vinte (20) paneleiros.



Vinte (20) putas, amigos. De acordo o nosso informador, até metia respeito.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

O Ipiranga de Corroios

Aqui há atrasado, eu próprio e um companheiro de armas (igualmente Mouco) chegamos basto adiantados ao recinto onde iria ocorrer um acontecimento da maior relevância sócio-cultural que nós, naturalmente como homens de letras, iríamos assistir. Para que o correr da ampulheta fosse menos custoso, dirigimo-nos a um estabelecimento liquido-alimentar que pratica o seu comércio a poucos metros de distância da mítica sala de espectáculos que em breve seria palco do evento. Foi durante a ingestão de um xiripitizinho no referido estabelecimento que a nossa vida se alterou para sempre. Irrompendo triunfantemente pela calma instalada no estabelecimento, um técnico de tintas do ramo da engenharia civil, acabado de sair do escritório móvel onde exerce com gabarito a sua profissão, proclamou ribombantemente a sua presença com o seguinte grito de guerra inesquecível:

CHEGUEI EU.

Este urro glorioso foi de tal ordem que o silêncio reinou por sobre o estabelecimento durante alguns segundos. Nessa altura, eu e o meu compatriota de Mouquice sentimo-nos inferiores. Menos homens (mas ainda assim com masculinidade de sobra, note-se). Subjugados pela natureza ao mesmo tempo animalesca e principesca desta figura imponente. O “CHEGUEI EU” do técnico de tintas, vociferado ainda para mais no seu tom vocal áspero, granuloso e grave e acompanhado da sua enormidade física, denota uma fé suprema na sua superioridade perante os seus semelhantes. Toda a populaça presente no estabelecimento (e a maior parte dos presentes em áreas circundantes sem problemas de audição) teve instintivamente a noção de quem é a figura principal, o líder espiritual daquele território.

Desde então, tentei adoptar com algum sucesso e diversas desvirginizações à sua custa o grito de imponência. A minha voz ainda precisará de alguns milhares de maços e diversas cisternas de bebidas espirituosas escocesas para atingir a refinação do original, mas lá chegarei, Deus (da guerra) querendo.

Refira-se finalmente que tem sido essencial para esta metamorfose pessoal o contacto ocasional contínuo com a figura mítica do original “CHEGUEI EU”, episódios esses que ficarão reservados para divulgação em pescadas vindouras.

Até lá, VOU EU.

sábado, 24 de novembro de 2007

Pensamento Intrigado Sobre o Sábio Bacoco

O Nuno Rogeiro não deve ter já uns bons 76 anos de idade?
É que desde o tempo da televisão a preto-e-branco [em que me entretinha com exercícios de vibrante zapping bilateral entre o telejornal da altura e as últimas novidades do cinema animado checoslovaco, trazidas até à minha condição de criança pelo Vasco Granja (também conhecido por ser o marido da Pantera Côr-de-Rosa)] que vejo este catedrático do conhecimento universal a opinar sobre assuntos tão díspares como o eventual arsenal nuclear da Ilha do Corvo ou o anormal índice de folículos capilares que florescem nos mamilos das mulheres da tribo Kanashiwu da Tanzânia.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

ÓRMONAS!

Bem, mais uma vez, a vontade de comentar a actualidade sobrepôs-se à normal parvoeira aqui abordada, pelo que irei directamente ao assunto! Após os acontecimentos dramáticos que marcaram a semana televisivó-desportiva com o grande timoneiro Scolari cheguei, em cerca de 5 segundos, a uma conclusão:



O SCOLARI É UMA GAJA!!!



Como poderei eu, um humilde artista de inspiração nelística, tecer tão rebuscada afirmação a respeito de tão nobre figura?
Passarei a explicar:
a) vejo a letra L nas noites da 2, e por razões diversas que não interessa agora explicar, mas fortemente relacionadas com a forma como o direito à diferença é reinvindicado no seriado, e, também, num plano estritamente secundário, ou mesmo terciário, pelas cenas de nudez quase explícita, de teor algo erótico muito bem interpretadas!
b) a progressiva parvoeira (leia-se agressividade niilística) na atitude do Felipão
c) a progressiva parvoeira (leia-se agressividade niilística) na atitude do Felipão
d) a progressiva parvoeira (leia-se agressividade niilística) na atitude do Felipão
e) a progressiva parvoeira (leia-se agressividade niilística) na atitude do Felipão
e como podem calcular, por aí fora.... (aceitam-se sugestões para este "work in progress")
z) ah! E pelo sotaque também...












Encontrando-se em profunda fase de transmutação, o Sr. Felipe Scolari anda a tomar hormonas para passar a ser efectivamente um HOMEM.

Já mostrou barba, já evidenciou uma barriguita de bom vivan, até já levantou a voz aos srs. jornalistas, pelo que só falta mesmo é passar a ter uns belos duns tomates e uma pilinha para brincar nas horas de ócio...
Assim sendo, encontrando-se algo perturbado e não controlando as suas emoções , como é natural no caso (basta ver o drama de MAX na referida série televisiva), o Felipão tornou-se agressivo... e mais grave, desleixado com a sua higiene feminina.
Não que isto perturbe alguém, ou a mim em particular, mas achei que o país (ou a meia dúzia de desocupados que lêem esta parvoíce) merecia um esclarecimento!
Culminemos então com mais um apelo:
ARRANJEM ESPUMA DE VIRILHAS PARA O SCOLARI!

(consta que tb serve para os sovacos...)


quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Penugem sobrancelhística

Às vezes é complicado pensar sobre o que partilhar neste pérfido veículo de comunicação e disparate... Julgo até que a imensidão de assuntos sobre os quais me debruçar afastam os mais óbvios e mesmo os mais parvos, uma vez que, tal como Nietzsche à beira do abismo, também aqui a net devolve o seu olhar sobre a minha pessoa, e de forma despudorada! Assim sendo, e depois de pouca (ou quase nenhuma) reflexão, resolvo agora falar sobre esse elemento do quotidiano que tanto reparamos, comentamos e sonhamos... Falo assim. de sobrancelhas, e não daquelas bem delineadas, atraentes ou que dão vontade de lamber, mas sim daquelas que nos fitam ainda primeiro que os olhos do oponente!

Num terno aparte para convosco apenas posso referir que "eu cá prefiro as FARFALHUDAS”, de preferência descabeladas e com um pelito a apontar para a iris...

Podemos descrevê-las como:
a) obedecendo a um rigor cunhalesco;











b) remetendo para o próprio futebol (apesar de neste exemplo também se poder visualizar um valente par de auriculares);








c) ou mesmo para nossa meninice sobre a forma de um qualquer boneco que nos atormenta a memória desde então.









Podemos vê-las em cinzento, em preto, em amarelo ou até em castanho, mas a essência de uma verdadeira sobrancelha apenas se revela no contacto mais íntimo, penteando e comungando com o pêlo do parceiro como se do sal da vida se tratasse.

Longe vão os tempos em que a penugem púbica atraía os mais vis e luxuriosos pensamentos, nem mesmo a mensagem deSadiana nos preparou para o advento do culto da sobrancelha, esse elemento nefasto do rosto humano que nos atrai e reduz a um simples pentear em frente ao espelho, a um sacudir da pele por sobre o pêlo, a uma procura pelo ideal de beleza que reflicta a simetria sobrancelhística!

Aproveitando tão versada discussão em torno deste tópico lanço aqui, e para vós, um verdadeiro apelo em tom de desabafo: “estamos fartos de gilletes para as tipas raparem os pelos das pernas, estamos fartos de gilletes para a barba, queremos uma lâmina dócil e que deixe o pelo tenro depois de cortado, QUEREMOS GILLETES PARA AS SOBRANCELHAS!

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Corações ao alto

Debrucemo-nos sobre os D’zrt.

Tenho cá para mim que, apesar de terem vendido cerca de vinte e cinco biliões de discos em três dias, não passam de uma cambada de génios incompreendidos. As vendas não reflectem as mensagens que terão ficado no éter do esquecimento, destinadas a não atingirem os corações mais distraídos, se não fosse por uma análise pós-fenómeno (porque, actuamente, os elementos dos D’zrt devem estar empregados no ramo da prostituição fabril, na melhor das hipóteses) que o nosso Clube leva agora até ao grande público.

É preciso não esquecer, antes de mais, que esses setenta e quatro triliões de discos não reflectem o público que, efectivamente, tomou contacto com o disco – cada elemento da população nacional da faixa etária 13-16 do sexo feminino terá adquirido no mínimo doze mil exemplares do disco para esfregar lânguidamente por diversas partes corporais pegajosas enquanto ouvia a explosão de sensualidade que transborda desta obra maior da nossa cultura. Assim, podem ter um stock de substituição virtualmente inesgotável para todos os booklets com as páginas coladas e as fotos esborratadas pelas mais diversas viscosidades. Para além disso, calcula-se que diversos homens de meia idade, alguns deles possivelmente (note-se o possivelmente, para evitar eventuais processos judiciais) em cargos de governação, tenham adquirido uma quantidade ainda maior de exemplares para similares efeitos de stock – por serem invariavelmente ricos e obesos, têm mais dinheiro para comprar mais discos, e têm também uma maior área corporal onde os esfregar.

Assim sendo, é muito natural que uma parte importante da nossa já habitualmente desinformada população tenha perdido algumas pérolas da mais refinada filosofia emocional, das quais vos apresentamos apenas alguns exemplos. Para analisar isto tudo a fundo, caríssimos, era preciso uma pescada de tonelada. Assim sendo, iniciaremos em capítulos análises dos vários temas, explanando os principais conceitos inerentes aos mesmos. Abram as vossas mentes e os vossos espíritos e, acima de tudo, os vossos corações.

Para mim tanto me faz
Que digas coisas boas ou coisas más
Ou mesmo que inventes
Algo que eu nunca fui
Yeeeeee

-- in “Para Mim Tanto Faz”

Numa das passagens de uma crueza mais arrepiante, o letrista responsável (que não é especificado, mostrando assim o quanto os D’zrt enquanto banda se fundem numa personalidade comum, quase antropomorfizando D’zrt enquanto ser humano) dirigem-se a uma pessoa (o sexo também não é especificado, demonstrando a tolerância sexual dos – ou do, considerando a pessoalização do nome! – D’zrt) com a qual tiveram uma relação do foro amoroso que terminou. Só isto já é um fardo sentimental que dá ao tema um background quase insuportável, metaforizando o apocalipse numa jogada lírica de mestre. Nesta passagem, está patente todo o espírito de individualidade forte que é um dos motes desta lendária banda. Para eles, é indiferente o que a pessoa torne público à posteriori da relação. Mesmo que sejam inverdades. Esta confiança no eu é uma forma clara de positivismo humanista, e aliada à liberdade dada à atitude do outro remete obviamente aos ensinamentos de Aleister Crowley, com o seu Do what thou wilt shall be the whole of the law. Revelam-se assim os D’zrt como seguidores brilhantes de filosofias mais ocultistas, estatuto intelectual esse que é reforçado pelo impensável “Yeeeeee”. Atentem na dualidade “…nunca fui – Yeeeeee”. Depois de uma negação absoluta, na frase imediatamente a seguir é gritada com convicção inabalável um vocábulo de aceitação. Este “Yeeeeee” demonstra claramente a luz ao fundo do túnel da dor. Apesar da separação, apesar do negativismo presente nas afirmações inventadas pelo(a) maroto(a) ex-amante, o “Yeeeeee” vem mostrar que nem tudo é mau, com uma luz que brilha ainda mais intensamente por vir depois da escuridão. Yin-Yang mais claro não há.

Mais à frente neste tema, o estoicismo e a vontade positiva de continuar a viver (humanismo, sempre presente) estão ainda mais vincados. “Bem podes vir bater à porta que ela tá fechada / Bem trancada / Completamente selada / Yo fui”, é o verso que transmite esta poderosa ideia. A metáfora da porta fechada é enriquecida e reforçada por vários sinónimos de fechamento crescente, terminando num arrepiantemente final “Yo fui”. Este “Yo fui” é como que o virar de página definitivo, virando os olhos para um horizonte novo em que a força interior individual prevalecerá independentemente do mal que este mundo nos possa tentar fazer. É com mãos trémulas de emoção que me despeço até à próxima análise. Até lá, yo. Fui.

sábado, 17 de novembro de 2007

Pensamento Redutor da Metamorfose Cósmica do Planeta Côco

Se realmente estivesses equipado com mecanismos de consciência para tudo quanto se passa no mundo, não terias a forma de um corpo vertebrado, mas sim um saco lacrimal com aspecto de dentadura arreganhada de orelha a orelha. Pronto a verter gotas por cada tragédia ocorrida a cada nanonésimo de segundo, pronto a disparar urros de êxtase por cada uma das incomensuráveis alegrias despoletadas, a toda a hora e em toda a parte. Mas não és assim tão feio(a). Porque, afinal, o teu mundo é diminuto.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

palhaços!

izzy é nome de gajo.

fvkk off.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Pensamento Rouco

O dia hoje não está bom, nem está mau. Antes pelo contrário.

domingo, 11 de novembro de 2007

análise polítiKILL

ao aktval primeiro ministro deste país, retalhava-lhe o eskroto com uma tesovra romba, deixava-o a observar o lento processo de gangrenação dvrante vns dias, e finalmente arrankava-lhe os olhos kom vm korta-vnhas ferrvgento.

fvkk.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

A ameaça

Durante a minha ausência na Namíbia por motivos de relevância particular este tasco tomou um rumo de porcalhotice libidinosa que urge contrariar a bem dos valores morais que estiveram na base da criação deste Clube familiar. Falemos, portanto, de velhas.

Em particular, como é óbvio, das velhas que escolhem o autocarro como método transportativo de eleição. Começa aliás já por aqui a nuvem espessa de dúvidas que esta espécie nefasta suscita. Será que escolhem? Decerto já todos de vós que alguma vez utilizaram o conforto básico de um nobre autocarro depararam com uma ou mais velhas decrépitas e claramente a faltar-lhes vários naipes para terem um baralho mental completo. Indagaram-se sobre a sua natureza? Os seus objectivos, a sua motivação, o seu background sócio-emocional? Para quê isso quando a gaja dali do banco mais à frente tem um par de mamas capaz de providenciar sustento para o Sudão e o Chad inteiros durante dois anos, não é, seus biltres?

Seja como for, regressando à primeira questão sobre a Velha do Autocarro (denominemo-la como entidade geral, capitalizando para fácil identificação textual). As Velhas do Autocarro não escolhem essa vida. Como existem as Velhas Que Ficam Em Casa Com Os Gatos, ou até mesmo as Velhas Que Ainda Persistem Na Indústria Da Pornografia , ser Velha do Autocarro é um chamamento. O autocarro está para estas velhas como o engalfinhamento em mamas apelativas está para o comum dos Moucos. É o desenrolar inevitável da natureza interna da velha em questão. Assim sendo, a liberdade de escolha que resta à velha é o papel a tomar assim que o autocarro é invadido. Sim, porque estas velhas apenas invadem o autocarro, não têm qualquer destino. Ao contrário da populaça, não é o ir do ponto A ao ponto B, ou da Baixa da Banheira ao Poço do Bispo, que motiva a espera numa qualquer paragem. O destino delas é o próprio autocarro. Uma vez lá dentro, desenrola-se então o seu papel.

O intuito destes seres é fácil de descortinar. Pretendem instaurar uma nova ordem mundial onde o crochet será, em detrimento do futebol, o entretenimento básico da população. Onde seremos forçados a ver tardes inteiras de televisão na TVI. Onde, apesar de não termos um único CD em casa, só gostamos de música que é cantada em português. É necessário erradicar esta pestilência que se abateu sob o nosso sistema de transportes públicos. A responsabilidade é de todos. Para isso, o Clube dos Amigos do Mouco, sempre na vanguarda do conhecimento, elaborou sob a pessoa deste Primo Mouco que vos fala, um estudo básico identificativo das diversas espécies de Velha do Autocarro. Apesar de ser um estudo preliminar, é uma primeira ajuda que vos damos. Numa guerra a primeira coisa a fazer é conhecer o inimigo a fundo, disse o sábio Sun Tzu em A Arte da Guerra. Pois bem, os dados estão lançados. É este o nosso inimigo.

- A Sociável – é a velha que conversa. Com as pessoas que se sentam a seu lado (“a minha neta tem um pullover igualzinho, só que é de outra cor e o desenho é diferente e o dela é feito em macramé”), com as outras velhas (“o doutor disse-me que não é nada mas eu estou convencida que é um câncaro na prosca”), para a geral caso os dois primeiros casos falhem (“já não há respeito hoje em dia, antigamente é que era” ou “ainda disseram ontem que chovia mas afinal faz um rico solinho”). É uma espécie que tem como objectivo o branqueamento da imagem das Velhas do Autocarro entre os inocentes transeuntes. Facilmente controlável caso ignorada. No entanto, exige cautela máxima e presença de espírito, uma vez que ao primeiro sinal de aceitação, mesmo um ligeiro acenar de cabeça, a velha agarra e só larga em caso de saída da viatura pela vítima em passo acelerado.

- A Sinistra – é a velha que vai nos bancos de trás do autocarro, silenciosa, não denotando qualquer identificação nem com outras da sua espécie, com um aspecto físico de quem morreu em 1973 após longos meses de fome, mas sem no entanto nunca adormecer ou dar sinais de quebra física. Esta velha tem a particularidade de já se encontrar no autocarro quando entramos, seja em que paragem for, e de ali permanecer até saírmos, seja também em que paragem for. Suspeita-se de que brotem de sementes postas por Velhas Regulares (ver à frente) nos interstícios dos bancos e que sirvam o papel de sentinelas de guarda quando estas não se encontram presentes.

- A Regular – uma casta superior na hierarquia das Velhas do Autocarro, a Velha Regular é a que apanha sempre o(s) mesmo(s) autocarro(s) (pode ser um de manhã, para ir ao senhor doutor, e outro à tarde para ir à costureira), sempre à mesma hora. Esta velha estabelece contactos e pontes de comunicação por entre os viajantes normais e até funcionários. Sabe quantos filhos tem o motorista e de que doenças sexualmente transmissíveis padece o revisor, e trata pelo nome outros passageiros que tenham o infortúnio de ter que usufruir dessa carreira de forma habitual. “Como está, dona Arlete?” ou “melhor do fígado, Sr. Joel?” são frases típicas. Exibe uma alegria de viver pouco condizente com a sua condição de velha apodrecida pelos anos de amargura, uma arma potente no construir de relações que a alicercem como dona efectiva de uma carreira. Cautela.

- A Insana – uma das espécies mais nocivas de Velha do Autocarro, a Velha Insana é capaz de, sem qualquer aviso prévio ou conjunto de circunstâncias que o justifique, perguntar qual é o melhor autocarro para apanhar para Viana do Castelo enquanto viaja num autocarro de Évora, ou de se começar a babar incontrolavelmente enquanto balbucia o nome do imaginário filho toxicodependente, ou até mesmo de começar a tocar repetidamente nas pessoas e nos embrulhos que levam, enojando com o seu toque frio e esponjoso. Claramente uma espécie cujo objectivo é a intimidação e a desorientação.

- A Que Sai – Todas as velhas estudadas anteriormente primam pela sua permanência. É raríssimo ver qualquer delas sair efectivamente do autocarro, o que é compreensível dada a sua sede de poder. No entanto A Velha Que Sai diferencia-se por isso mesmo. Tem um modus operandi típico. Levanta-se do seu lugar apenas quando o autocarro já se encontra parado no destino que pretende, com a porta aberta e quase a sair. Note-se que o lugar foi cuidadosamente escolhido o mais longe possível da porta, e à janela, para a velha ficar trancada. Dá violentos encontrões em toda a gente por onde passa, e impede as pessoas que estão ainda a tentar chegar à saída de se movimentarem. Ao atingir a saída, apercebe-se que ainda faltam duas paragens. Bloqueia a saída com ar triunfante até lá. Altamente disruptiva do bom funcionar dos transportes públicos.

É este o futuro que queremos para os nossos autocarros de amanhã? Digamos não às Velhas do Autocarro! Combatamos sem piedade nem demora este vírus hediondo! À guerra, companheiros!

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Pensamento Porco Mas Talvez Pouco

Geometricamente nuclear, o perínio está para o corpo humano como o pelourinho de Vila de Rei está para Portugal Continetal: um centro geodésico. Na verdade, perínio não é mais que a forma erudita de triz, esse termo de verborreico português empiricamente descritivo da hipotética condição para a qual a sua própria região anatómica remete; i.e. "ele não lhe foi ao xx por um triz".
Achei que seria de bom tom deixar aqui esta homenagem ao perínio (ou ao seu irmão bastardo triz), tantas vezes esquecido e ostracizado, apesar do louvável papel que desempenha como confortável porto de abrigo testicular. Haja consideração, meus amigos!
Pois se não fosse a sua providencial localização entre a festa de ânus e a vã Gina, correríamos a fatalidade de encher as maternidades de bebés castanhos de corpito enrugado e aroma de já-cadáver e, as sanitas, de excrementos a berrarem por uma mama enquanto se tentavam desembaraçar de cordão umbilical.

Nota: devido à condição homofóbica do autor, esta é uma alusão ao perínio exclusivamente feminino.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

O SACANÇO

"Ah! e tal o que é que fazes na vida... e mais na sei quê...?"

"Ah! E coiso e tal, saco cenas ...."

"Cenas?"

"Sim!... SACO TUDO!"

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Redassão: "O Mano"

Quando eu tiver um mano, vai-se chamar Herrare, porque Herrare é o mano.





Fim.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

fvkk off.

o artista movko é esqvizotériko.

Zira e Boua

Apresentamos-lhe o MeuHeli, o NOVO Helicóptero Telecomandado, mais leve e pequeno do Mundo! É SUPER DIVERTIDO!!! Ideal para toda a gente, desde os mais pequenos aos mais graúdos!

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domingo, 4 de novembro de 2007

Pulha extraordinária

Serve esta missiva para focar a atenção no resultado da Pulha extraordinária que teve lugar nos últimos dias neste Clube. Dos milhares de votantes que participaram, ficou claríssimo que 78% deles venderiam a própria mãe ao mercado negro de orgãos para que a Izzy (a Mo(u)ca honorária) nos agraciasse com uma visão do seu paraíso corporal, o que explica o aumento da oferta nesse particular ramo de negócio que se tem verificado nos últimos dias, como certamente terão reparado. Os 22% restantes que não efectuaram essa transacção (esses Humbertinhos) estão excitadamente a rosnar "Hubba Hubba" à espera dessa visão.

Assim sendo, Izzy, a bola está do teu lado. Ou as bolas, mesmo. Se as tivesses. Ou não...

sábado, 3 de novembro de 2007

Pensamento Fatalista... Um Pouco

Se a vida fosse uma cena fixe, não nasceríamos a chorar.

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Elfos

Para primeira pescada, nesta tasca manhosa, resolvi falar de um ódio de estimação: os elfos!

Imaginem que, certo dia ao sair de casa, deparam-se com um tipo vestido de maiot verde a saltar de nenúfar em nenúfar e a trautear cantilenas insuportáveis.

O que faziam?
1. Adoravam-no como um ser superior;
2. Arremessavam-lhe paralelepípedos enquanto gritavam: “Sai daqui, bicha louca!

Pois é, a escolha é obvia… No entanto, quando transpomos isto para a tela, tudo se transforma e toda a gentinha passa a gostar desta espécie paneleira. Para mim, quem gosta de elfos teve sonhos eróticos com o Peter Pan quando era criança. Não concebo que uma pessoa sã, possa achar piada a esta escumalha!

Os elfos estão no topo da minha lista de criaturas insuportáveis. Para mim, o grande génio Tolkien falhou redondamente o final da Trilogia do «Senhor Dos Anéis». No final, a horda de Uruk Hais de Mordor devia varrer sem piedade toda aquela corja de abichanados Elfos e Hobbits -- assim como todos os outros seres incrivelmente coerentes e simpáticos que vivem na Terra Média.


Podem-me dizer que as elfas são boas… OK, até podem ser. MAS!!! Acham que existem elfas ninfomaníacas? Acham que uma elfa aceita entrar numa rambóia com outra elfa amiga? Claro que não, pah! O que interessa serem todas jeitosas se depois, primeiro que lhe consigas ver um seio, tenhas de a cortejar durante uma eternidade. Sim… Não esquecer que aquela malta é ruim e custa a morrer. E durante esse cortejo todo terás de gramar cantiguinhas da merda e ficares horas a admirar a erva a crescer comentando o bonito que é a nossa natureza! Epah… Puta que pariu. Venha uma bardajona monoteta!

Orelhas em bico... Por orelhas em bico, venha o Spock!



terça-feira, 30 de outubro de 2007

Pensamento Suave Como Um Soco

Pensamento Sobre O Homem Que Não Sai Do Choco

O mundo é um longo sonho de um eremita distante. Quando ele acordar, ninguém restará para contar.

O último grande desígnio

A problemática do recta vs rectidão da natureza associada a ver a bela Lília cheia de classe com uns belos "crocs" (argh!) calçados, já para nem falar da "região homo não sei das quantas", leva-nos hoje a ponderar efectivamente acerca do propósito último da humanidade!

Mais uma vez, e sobretudo neste assunto, os nossos amigos americanos bateram-nos aos pontos! E passo a explicar desde já:
  • És gaja?
  • Tens mais de 18 anos?
  • Tens uma prateleira de 0,50x0,50m?
  • O teu cú anda sozinho?
  • Tens umas pernas onde os teus gémeos revelam a elegância e a dureza da ginástica de cariz reprodutivo?
  • É teu desígnio último a mera satisfação carnal e obtenção de orgasmos simulados?
  • Tens um desejo por representar peças shakespearianas de gabarito internacional?
  • Gostas de desporto?
  • A tua fronha podia ser a capa de um filme para gente desejosa de se auto-congratular?

Enfim, se respondeste de forma positiva (i.e. SIM, YES ou Si CARIÑO), às 6 primeiras questões podes consultar o seguinte endereço e fazer uma inscrição neste que é provavelmente a maior epopeia televisiva jamais orquestrada!

Se por acaso respondeste de forma positiva (aquela associada ao semáforo verde) a todas as questões aconselho vivamente uma conversa com o primo.mouco, certamente ele terá um pedido a fazer-te...

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Homo-questão

Mal raiava ainda o sol na planície (ie, parque de estacionamento) defronte do meu covil urbano, encontrava-me eu no pleno da minha glória, pronto para mais um ávido dia de Moucaria. Darkthrone tocava baixinho, alegremente, na grafonola da sala enquanto o canal público ecoava as novas da semana por entre golpes de estado do trânsito. Eis senão quando, irrompe pela programação uma rubrica médica. Sim, uma rubrica médica, às 8 da manhã de uma segunda feira, para discutir a problemática da psoríase. Como todos saberão, a psoríase é uma doença cutânea para a qual não há cura, mas nem tudo é mau, pois o médico presente na dita rubrica desmistificou o mito do contágio – felizmente para todos nós, a psoríase não é contagiosa, nem sequer por transmissão sanguínea. O único método de transmissão é a hereditariedade, pelos genes do psoriático. Engalfinhem-se portanto com todas as psoriáticas ou psoriáticos que entenderem, e não advirá daí grande mal ao vosso panorama clínico. Verifiquem no entanto, por muito que isso vos custe, os genes do psoriático dos vossos pais. Se possível, descubram onde eles os guardam e vão lá ver quando eles não estiverem em casa.

A certa altura do discurso do referido médico, no entanto, surgiu o dilema que me irá consumir durante toda a semana, para o qual preciso, apesar do meu habitual carácter individualista e do meu manancial de conhecimento acumulado, da vossa ajuda, amigos. Diz o senhor doutor que a psoríase se caracteriza, e passo a citar, por irritações na região homo-sagrada. A região homo-sagrada, caros. Just fucking google it, dirão vocês. Pois bem, nenhum criativo soletrar do termo obtem quaisquer resultados. Homo-sagrada, homo sagrada, homosagrada, homossagrada, todas as anteriores sem “h”. Nada. Zip. Preciso de vós como nunca precisei.

O que acham que é a região homo-sagrada?

domingo, 28 de outubro de 2007

Pensamento Louco Mas Muito Pouco

Nada nem ninguém é perfeito. Com uma excepção: a imperfeição de ansiarmos pela perfeição - nossa e do que queremos para nós - sendo para isso perfeito, que os resultados sejam sempre... imperfeitos.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Pensamento Oco, Mas Pouco

A paz não interessa. É demasiado interessante.

Primeira classe

No decurso das minhas actividades de observação feminina, tenho fomentado recentemete um apreço particular por uma moçoila que julgo ser relevante tornar público, neste meio de difusão em massa que é o nosso Clube. Por sermos um exemplo para os jovens, um ícone cultural em pleno auge da sua popularidade, um verdadeiro foco condutor da manada que é a nossa população bloguista, sentimos também um fardo de responsabilidade. Uma obrigação de fornecer um teor educativo e pedagógico na nossa pescadaria diária. Assim sendo, serve também este texto para ensinar a marmanjada que nos lê a escolher gajas, o que decerto reconhecerão ser uma perícia básica a possuir, instrumental na aquisição de felicidade pela vida fora.

Esta jovem de ar lavadinho, sabiamente fotografada pelo Quim Justo (a quem enviamos desde já uma mensagem de ódio e desprezo fomentado pela inveja mais básica) chama-se Lília e pratica a sua arte no agrupamento musical Xaile. Esta jovem é a personificação da classe numa gaja. Senão, repare-se. Antes de mais, Lília chama-se, efectivamente, Lília. Não se chama Maria Arménia. Nem Tânia Isabel. Nem muito menos Felismina. Chama-se Lília, como que a inspirar os lírios do campo, alvos e esvoaçantes. É classe. Começando pelos pormenores físicos mais essenciais – as sandálias. A nobre Lília não usa tamancos saloios, nem botangas pouco reveladoras. A sandália de Lília revela o suficiente para enlouquecer qualquer fetishista de pés, sem no entanto passar a barreira da horrivelmente popularucha xanata havaiana. É classe. Caso tenham desviado o olhar de outros sítios pertinentes durante tempo suficiente, terão reparado que Lília é ruiva. Não é loura, nem tem aquelas madeixas esquisitas que fazem as incautas jovens ficar com o cabelo de várias cores, nem sequer rapou o cabelo. É ruiva, é demarcação. É classe. A pulseira que Lília enverga no seu braço esquerdo substitui qualquer azeiteira tatuagem daquelas à volta do braço, e é removível caso ela se canse. E a ideia de Lília vestida só com aquela pulseira exerce uma chinfrineira considerável sobre qualquer centro hormonal masculino. É classe. Lília toca numa banda chamada Xaile. Não são as Buzinas Açucaradas, nem são as Garotas de Ourém, nem sequer as Uau Agridoce. Resistiram à tentação de se chamarem Calças de Ganga da Feira. São as Xaile, meus amigos. É classe. Nessas mesmo Xaile, rodeou-se de duas outras jovens que, apesar de não atingirem as mesmas alturas de suculência, são de qualquer maneira um exemplo de bom gosto e perfeitamente plausíveis de entrarem numa qualquer fantasia de chafurdice lesbiana com a boa da Lília. É classe. O papel de Lília nessa troupe folkiana, para além de servir de rainha suprema da sexualidade nordico-ruiva, é de tocar flauta céltica e adufe. Lília não toca pífaro, nem concertina, e certamente não toca ferrinhos. Negou igualmente o papel habitual da gaja-baixista. Flauta céltica e adufe, meus caros Moucos. É classe.

Face a este conjunto de provas irrefutáveis, será por agora óbvio que Lília é o modelo da gaja de classe. É a este calibre de gaja que deverão almejar, amigos Moucos. Quanto à Lília herself, resta-me tão somente um apelo final – Lília, caríssima, caso estejas a ler-nos em directo, não percamos mais tempo. Casemos.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Pensamento Pouco Oco II

Não há uma única linha recta criada pela natureza. Ela, que é a única entidade com rectidão.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Trve Kvlt

Pensamento Pouco Oco I

Sou um tipo saudável! A última vez em que fui a um hospital, foi para nascer.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Morra o Croc, morra. Pim.

Pedir-vos-ia imediatamente desculpa pela veemência desta pescada que se segue, mas para isso acontecer duas premissas teriam que se verificar – estar-me a borrifar minimamente, ou não estar a ser sincero em cada uma das palavras duras que se seguirão. Como nenhuma dessas pré-condições têm qualquer valor de verdade, não peço. E adiante, porque isto não é uma pescada maricas em que se anda à volta do assunto durante 23 parágrafos para depois deslargar um punchline débil. Hoje tratamos de coisas sérias. Hoje tratamos de um dos maiores flagelos a assolar a raça humana nos últimos séculos. Qual Yersinia pestis qual carapuça. Febrezinhas de meninos. Qual holocausto, qual merda. Meras arruaças entre pessoas de bigodes suspeitos.

Zero, numa escala de horror, quando comparados com os Crocs. Ou as Crocs. Não sei o sexo deles/as, não me interessa. Não fiz qualquer tipo de pesquisa para esta pescada. Não sei qual é a origem destas coisas. Acho que tinha a ver com barcos, mas é irrelevante. Os (suponhamos, por agora, que tamanho horror não pode ser feminino) Crocs são a peça de vestuário mais hedionda jamais sonhada em toda a história do pensamento humano. Que alguém tenha sequer considerado estas coisas, nem que fosse para servir como sapatos de quarto que só fossem usados para ir debaixo da cama buscar um baú e nunca fossem vistos por ninguém, nem pela pessoa que os usasse, já é um facto incompreensível. Que se tenham tornado numa moda que se espalha como um trágico fogo florestal, deixando traumas ainda mais irrecuperáveis, é algo digno de um hospital psiquiátrico dos que tratam as psicoses mais profundas.

Não há desculpa. Que são confortáveis, dizem os afectados pela doença. Pois bem, roupa interior feita de marshmallows deveria ser ainda mais confortável. Aquela t-shirt de 1986 esburacada que vestimos assim que chegamos a casa à noite é o ponto alto do conforto das nossas vidas. Não é por isso que saímos com essas coisas à rua! Os outros sapatos todos que existem no universo do calçado mundial não têm espetos na sola que se cravam dolorosamente na carne a cada passo, para justificar usar estas borracharias pútridas só porque são confortáveis!

Homens que usem isto, nem vale a pena discutir mais. Pôr crianças a usar isto é pior ainda que as baptizar. Não se admirem depois se o vosso filho se transformar num desfigurador de prostitutas quando chegar aos 14 anos. Mulheres que usem isto, apercebam-se que o vosso sex appeal passa, instantaneamente, para o zero absoluto. E tenham noção de que o zero absoluto são -273,15º, a temperatura à qual teoricamente um corpo não conterá energia alguma. Dizem as leis da Termodinâmica que isto é impossível de acontecer na prática, mas as leis da Termodinâmica não conheciam os Crocs. Residirá aqui, no entanto, o único factor socialmente interessante destas atrocidades plásticas – o efeito de igualdade instantânea que provoca. Com isto calçado, tanto a, sei lá, Cristina Scabbia como a Sra. Felismina que tem 92 anos, não toma banho desde 1934 e exibe o coto amputado da perna esquerda numa esquina da Baixa da Banheira para lhe darem dinheiro para o tabaco têm rigorosamente o mesmo apelo físico. Zero. Absoluto. -273,15º.

Aquilo de queimar os livros foi uma das inúmeras ideias extremamente infelizes do povo alemão ali de meio do séc.XX. No entanto, o princípio da coisa poderá ser recuperado agora com efeitos positivos. Uma fogueira, à escala mundial, onde todos os Crocs serão derretidos, e com eles todas as fotografias e desenhos, de modo a limpar da consciência humana este peso, parece-me uma medida que urge pôr em prática.

Caso substistam dúvidas, lembrem-se disto – não faltará muito até o Joachim Löw começar a ir para os jogos de Crocs orgulhosamente calçados. Nesse dia, amigos, o mundo terminará.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

O Elixir da Juventude

Pouco há a falar quando o reino da estupidez é imenso e intenso sem haver um real motivo para lermos um qualquer blogue - que se pretende acima de tudo PARVO - e aí termos de postar sobre assuntos que são, em primeira análise, muito estúpidos, em segunda análise também e ao que parece em última análise ainda se mantêm numa perspectiva altamente estúpida.


Já aqui se pressionou muita tecla para dissertar sobre personagens dignos de menção - nem que seja a menção honrosa na XXXVII maratona das Fajãs de Baixo - inclusive até já aqui se disseram muitas asneiras (palavrões e tudo sobre merdas sem interesse nenhum). Mas até à data nada de tão profundo ou até religioso como o que agora se escreve, leiam em tom de reverência para com o vosso "mai" íntimo interior!

Desde tempos imemoráveis que o homem sempre teve necessidade de se rejuvenescer e procurar algo que sentia como seu, uma qualquer juventude ou espírito perdidos que insistiam em derramar-se pelo intervalo dos dedos de uma mão, quais grãos de areia finos agarrados por uma pequena criança.

Foram tantas e tão infrutíferas as demandas ao longo da nossa história - real e ficcionada - que ambicionavam a conquista desse elixir da juventude, que apenas um ou dois exemplos bastariam para nos lembrar da inatingibilidade desse sonho. Refira-se o Santo Graal do Rei Artur - que nem os Monthy Python conseguiram alcançar - ou até mesmo o Reino de Prestes João, para muitos o real motivo por detrás da demanda dos descobrimentos a cargo do infante D. Henrique.



São tantas as memórias desta frustração histórica que apenas HOJE, e de forma completamente subliminar, finalmente a humanidade parece estar a meros instantes de atingir esse malogrado sonho, a meros instantes...

O advento da nova ERA é, assim, assinalado por algo que nos ultrapassa enquanto comuns mortais, algo subliminar que impossibilita a análise factual e directa daquilo que é, sem dúvida, um dos maiores mitos da nova ERA, e quiçá um dos mistérios da humanidade, ou seja, a TINTA utilizada pelo Sr. Gilberto Madaíl para colorir o seu farto cabelo, ou direi mesmo peruca! Que forma de disfarçar os seus longos anos, a sua longa experiência acumulada a trabalhar em prol desse esforço humanitário que nos consagra a todos, essa instituição que nos garante o pão de todos os dias a FPF!



Nada melhor depois de um abastado almoço regado a cheirinho com uma pingota de café, do que um miranço ao espelho e pentear aquela JUBA e pensar: «(...) Foda-se! depois destes anos todos a ir de joelhos a Fátima só a preciosa tinta me salvou! (cansaço)»

Um verdadeiro renascer de anúncios da nossa meninice como se o restaurador OLEX até a nós nos devolvesse a nossa juventude!



Assim sendo há que bradar aos céus Ó ANA! Ó ANA! nas alturas (como se de "a" PAULA se tratasse)!



O anúncio foi feito, o prometido fez-se promessa e Madaíl salvou-nos. Não à conta de um qualquer resultado infame da selecção, mas sim por virtude da sua nobre imagem, a qual agradecemos e emolduramos num esforço de canonização ainda em vida, para este homem, este milagre que nem precisa falar para nos mostrar o quão humildes somos nós, os restantes mortais, condenados a envelhecer e .... a ver a TINTA do cabelo do Sr. Madaíl numa qualquer televisão ou jornal!

How Löw can you go?

Debrucemo-nos agora sobre o tema que se impõe – o do treinador da selecção de futebol alemã. A grandiosa Mannschaft, que já foi utilizada como elemento base de definição do desporto-rei. O futebol é um desporto com 22 jogadores, uma bola, no qual a Alemanha ganha no fim, reza uma famosa frase no mundo da bola. É no futebol físico, musculado, disciplinado e imponente destes garbosos representantes germânicos que se apoia o lado mais masculinizado do futebol. As trancinhas, as tatuagenzinhas, as fintinhas, os calcanharezinhos, tudo isso são mariquices sul-americanas, ou sul-europeias no máximo. Certo, os italianos têm o catenaccio. Mas também têm meia dúzia de outros jogadores que fazem anúncios a óculos escuros, e o Totti que é aparentemente o equivalente masculino ao sex appeal da, sei lá, Cristina Scabbia.

Não, meus amigos. Futebol para homens é na Alemanha. E naturalmente que o condutor destes homens terá que ser o exemplo claro da virilidade. A extensão natural e personificada da testosterona pungente que tresanda pelos balneários centro-europeus. É certo que testosterona a mais é suspeita. É óbvia a componente homoerótica do alfa-homem idolatrado pelo 3º Reich, qual Tom da Finlândia. No entanto, é este o dilema moral que nós, homens a sério, temos que enfrentar ao longo da vida – ser um homem a sério está muito mais perto do que pensamos de ser um larilas a sério.

No entanto, também é bem conhecido o pavor que os alemães têm do seu passado obscuro. Mais medo do que o medo da gayzice, certamente. É por isso que o cargo de seleccionador tem sofrido uma transformação notória, afastando-se cada vez mais do másculo ideal dos tenebrosos nacional-socialistas. Analisemos brevemente alguns espécimes para melhor compreender esta mutação.

Como é notório na foto, o ideal másculo terá atingido o seu auge com Franz Beckenbauer. Note-se que falamos do atleta que levanta a Taça do Mundo, e não do totó de óculos que aplaude efusivamente como se de um peep-show de esquina se tratasse o evento. Tendo como alcunha o Kaiser, Beckenbauer era um defesa duro e leal, considerado por muitos o melhor central da história do futebol. Chegou a ter suiças até ao queixo, senhores. Mais homem que isto, não é obviamente possível.


Seguiu-se Berti Vogts. Menos obviamente durão que o velho Franz, mas igualmente com aquele ar germânico de quem não atura merdas. Para além disso, teve um mullet nos seus dias de jogador. 'Nuff said.




Do Erich Ribbeck ninguém se lembra, porque a Alemanha não ganhou puto com ele. Mas já se nota inquestionavelmente alguma doçura a entrar na equação. Já se imagina este homem a ser avô de alguém, e é concebível que tenha passado a sua vida sem gaseificar nenhum membro de outra etnia ou credo religioso.



O Rudi Völler era homem até o Rijkaard lhe ter cuspido no cabelo durante o Europeu de 1988. A partir daí entrou numa espiral descendente de efeminização cujo cabelo cor de pombinha não engana.




Jürgen Klinsmann foi o último degrau antes do objectivo final desta pescada, e nota-se. Apesar de ter sido igualmente jogador, e ter marcado golinhos e tal, já nessa altura era um anjinho sensaborão, algo que a idade e a vida nos Estados Unidos só piorou. É um Humbertinho. Servia para apresentar o programa do Fernando Rocha.



Após este rol descendente de tomateira (olá, chefe), chegamos finalmente ao que aqui nos trouxe. O actual seleccionador alemão é a imagem feita da mariquice. A figura acabada da efeminização. Se a ideia inicial era os alpha-males, Joachim Löw é o zeta-male. Tudo em “Jogi”, até esta alcunha(zinha), realça o que há de mais apaneleirado na raça humana. O cabelinho pretinho e penteadinho, a expressãozinha, a posiçãozinha da mãozinha, a roupinha engomadinha, o relógiozinho. Meu amigos, Löw é o passo final do afastamento alemão do seu traumático passado.

A partir de agora, povo germânico, sois livres. Vivei em paz. E em mariquice.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

100% Olive Oil

Não há nada melhor que um bom azeite 100% virgem para temperar uma boa sala de tomate -- azeite, sal grosso, uns pingos de vinagre e uma pitada de oregãos (também conhecidos por estes lados como “orega-mos, amor, por favor”). Como não é fácil criar paralelismos parvos com sal grosso, vinagre ou oregãos, decidi concentrar-me no bom e velho azeite... [Bem, às tantas até fico espantado com a minha facilidade inata de cair para a estupidez –- afinal, o paralelismo parvo em relação aos oregãos foi feito na frase anterior e de uma forma tão natural que nem dei por ela]. No entanto, voltemos ao que interessa realmente aqui, o azeite –- cortesia desse enorme ícone da representação canastrona que é o grande David Carruso.

Na série «NYPD», que a SIC transmitiu há uns bons anos, o homem ainda conseguia disfarçar ligeiramente o enorme canastrão que tinha latente dentro de si –- e não deve ter sido um parto fácil, não senhor. Agora, com o seu asqueroso Horacio Caine de «CSI Miami», o caso é bem diferente. “Muito, muito, muitíssimo diferente” –- como diria o outro. Sabem? O outro, aquele que toda a gente cita mas que nunca ninguém sabe quem é? Esse mesmo! E porquê? Porque a forma como o homem se movimenta, fala e reage às situações mais complicadas revela um pretenciosismo sem igual. Aqueles óculos escuros sempre na cara, aquele andar gingão, aquela camisinha estrategicamente entalada nas calças de côr clarinha são os exemplos perfeitos do que é um CANASTRÃO –- ou CONASTRÃO, se preferirem... Se bem que duvido que o homem, do alto da sua altivez moralista, tenha sequer tocado na irmã do outro –- sabem o Eric Delko, aquele cubano que tinha uma irmã toda boazuda que acabou por morrer de cancro. E, bem vistas as coisas, também não deve ter papado a cunhada –- Sofia Milos, uma MILF de respeito –- apesar de se pensar que o irmão (do H, como tão irritantemente toda a gente insiste em chamar-lhe) tinha morrido já-não-sei-onde. Devia ter medo que o gajo voltasse do mundo dos mortos ou algo desse género. Enfim... O homem até tinha uma certa razão, porque eventualmente foi mesmo isso que acabou por acontecer.

A série nunca foi boa, mas agora está pior do que nunca. No início ainda podíamos regalar a vista com a já citada Sofia Milos ou com as fugazes aparições da Kim Delaney –- que não é propriamente uma gaja boa ou gira, mas tem uma coisinha qualquer que faz querer dar-lhe um apertão. Depois até a irmã boazuda do outro tiveram de matar -- cliquem no link lá em cima, observem bem as fotos e o vídeo e depois digam-me que não valia a pena ver uns episódios só por causa da boazuda.


Cwaralho, não há ninguém que aguente tanta históriazinha de merda sem uma gaja boa para distraír. E, hoje em dia, o que temos é aquela loira irritante que não diz uma para a caixa e a maluca da médica legista, que passa o tempo a falar com cadáveres. Infelizmente os oneliners que o actor profere imediatamente antes do genérico – ao som de «Won't Get Fooled Again», dos Who – são a única coisa que se aproveita na série hoje em dia. No vídeo que encontram aí em baixo podem apreciar uma sequência desse brilhantismo. São sete minutos de canastrice pura -- azeite 100% virgem para acompanhar uma bela salada de tomate.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

De metamorfoses e rochas.

"Numa manhã, ao despertar de sonhos inquietantes, Gregor Samsa deu por si na cama transformado num gigantesco insecto. Estava deitado sobre o dorso, tão duro que parecia revestido de metal, e, ao levantar um pouco a cabeça, divisou o arredondado ventre castanho dividido em duros segmentos arqueados, sobre o qual a colcha dificilmente mantinha a posição e estava a ponto de escorregar. Comparadas com o resto do corpo, as inúmeras pernas, que eram miseravelmente finas, agitavam-se desesperadamente diante de seus olhos."

Assim ecoa, desde o longínquo ano de 1915, o primeiro parágrafo de "A Metamorfose", uma das obras literárias mais relevantes e perturbadoras do séc.XX. De facto, a desesperança do ser evidente neste tomo repleto de uma transbordante crise Modernista encontra paralelos directos mesmo nos dias de hoje, sociedade avançada e progressista que pretendemos levianamente ser. Refiro-me, obviamente, a Fernando Rocha.

Personagem incontornável da intelectualidade nacional há quase uma década, Fernando Rocha já era nome icónico das famílias deste país muito antes de atingir com estrondo os nossos ecrãs televisivos em emissões míticas de "Ri-te, ri-te" ou "Levanta-te e ri". Aí, Rocha era a extensão visual do fenómeno cultural que foi a sua actividade anterior. Sozinho, ou single-handedly, como dizem os nossos irmãos do Zimbabwe (onde a língua oficial é o inglês), Rocha revitalizou um mercado injustamente relegado para os expositores metálicos de cassetes à porta dos cafés - o do CD de anedotas. Por alturas de 2002, poucos seriam os que não fariam das anedotas do Rocha dieta diária, tocando-as repetidamente como se de temas do Nel Monteiro ou dos ...And You Will Know Us By The Trail Of Dead se tratassem, rindo a bandeiras despregadíssimas a cada enésima repetição do punchline esperado, e rindo até mesmo em antecipação à medida que já se conseguia reproduzir, ipsis verbis, o luminoso texto humorístico.

Um feito destes não é obra do acaso - Rocha é um linguista exímio e soube utilizar as ferramentas certas para a sua arte. O que o diferenciou de qualquer Carlos Miguel que nunca vendeu mais do que 12 cassetes a uma família de emigrantes que precisava de qualquer coisa para ouvir no Opel alugado quando estavam de férias em Portugal foi precisamente a sua mestria socio-linguística do nosso idioma, dando à populaça o que a populaça desejava. Através de golpes de vernáculo sabiamente aplicados, com Cwaralhos e Fwodasses amplamente distribuidos pelo discurso, Rocha soube levantar textos à partida insípidos a verdadeiras pérolas da fina arte da comédia. Façam a experiência - anotem os textos e retirem qualquer palavra que não digam por hábito em frente das vossas mães, a menos que as vossas mães usem rolos velhos no cabelo e costumem ir para a rua depois das 23h usando a saia da vossa irmã mais pequena. O que vos resta? Uma anedota parva. Isto é classe, caros amigos.

Durante anos, Rocha brindou primeiro as nossas aparelhagens e posteriormente os nossos aparelhos de televisão com sonoros palavrões, como soi dizer-se, atribuindo-lhes uma cândida inocência regionalista que cativou a família mais conservadora. Quantos filhos não serão hoje capazes de responder verdadeiramente o que lhes vai na alma aos seus progenitores, à custa da revolução social de Rocha? Um simples "come tu a puta da sopa, minha mal-fowdida do cwaralho!" seria impensável a uma criança de 9 anos nos escuros anos 90. Hoje já não é assim, e temos a agradecer a este homem. O seu aspecto parvo, com bigode ralo e dentes separados, as caretas forçadas, tudo isto serviu meticulosamente o propósito de trazer alegria às nossas vidas.

Pois bem, Rocha é hoje um homem diferente. Numa metamorfose quase replicada do pobre Gregor Samsa, Rocha terá dado por si na cama um dia, transformado num gigantesco conas. Com uma diferença essencial.

"Que me aconteceu? - pensou. Não era um sonho," prossegue a obra de Kafka. A diferença é que esta indagação não terá assaltado Rocha - a metamorfose deste dá todos os indícios de ser intencional, o que a torna muito mais perniciosa e passível de julgamento por uma sociedade indignada e traída no que tinha de mais puro. Rocha é hoje o apresentador de um concurso televisivo, transmitido ao final da tarde, que segue na longa tradição dos concursos agrada-velhas que as estações televisivas portuguesas nos têm brindado ao largo de várias décadas. É o concurso com participação "lá de casa", para o qual pessoas chamadas Ermelinda e Adérito ligam dos seus telefones fixos onde ainda têm que discar o número, é o concurso que as avós vêem com os netos, enquanto os pais não chegam a casa após mais um longo e árduo dia de labuta. A menos que as mães usem rolhos velhos e, bom, o resto. É o concurso que atrai o habitual público imbecil, acéfalo e profundamente bonzinho - é vê-los a aplaudir insistentemente, incessantemente, com uma alegria transbordante, qualquer movimento que se passe no palco de todos os sonhos, onde o objectivo nunca é ganhar mas sim participar, mas cuja única motivação é o sujo Euro.

Pois bem, para um festival de capitalismo queridinho destes, requer-se um poster boy da correcção moral como frontman. Como terá surgido no brainstorming dos produtores o nome de Fernando Rocha, para sempre permanecerá um mistério. Mas surgiu, e agora é ver o bom do Rocha careca, barbeado, vestido com roupas "giras", porque é um "maluco", fazendo alguns suaves disparates, porque é um "malandro", e entoando uma correcção verbal e social de comover o mais empedernido salazarista.

Uma das divertidas provas envolve pinhatas, e é ver o bom do Rocha a resistir há meses a qualquer tipo de trocadilho verbal com a palavra sugestiva. A assistente Soraia, que tem umas mamas que incitam qualquer um à mais espalhafatosa das chafurdices, mantem-se incólume, vítima apenas de um fraternal braço por cima do ombro ocasionalmente. Ao mencionar numa qualquer historieta, contada enquanto esperava por mais um telefonema campónio, um casal que copulava frenetica e ruidosamente, Rocha referiu-se ao acto como "namorar". Ao atender uma chamada de um adepto dessa colectividade pútrida chamada Benfica, Rocha, conhecido apoiante de uma igualmente pútrida associação conhecida pelo seu ódio fétido ao dito Benfica, mandou de imediato calar o "maroto" do público, porque "cada um é do clube que gosta".

No trepidante final de "A Metamorfose", após angustiantes acontecimentos, Samsa tomba morto, sendo descoberto pela empregada da limpeza. Não sabemos se Rocha terá uma profissional do asseio tratando-lhe do pó e demais sujidades, mas caso tenha, resta-nos uma esperança - que, como tantas vezes acontece, a literatura e a realidade se unam num todo equitativo, replicando acontecimentos vividos num e noutro, até ao êxtase do não mais saber o que é literatura e o que é realidade, de tão unas e inseparáveis que se tornam.

Em bom português (estúpido portanto)...


Estava eu a dialogar com amigos na NET (quase quase NEL - apercebem-se da dimensão holística da coisa?) quando me apercebi: já viram que cornetas escrito à pressa - portanto, clicando ao de leve nas teclas sem exercer a força suficiente para efectivamente a letrinha, nomeadamente o "r", aparecer no monitor - pode dar em conetas!?
Só a palavra em si já daria um bom nome para um blog da concorrência, mas não desanimai amigos.moucos o blog mais parvo é nosso e que desde já a coisa fique esclarecida: os conetas nunca vão ser como nós... PARVOS!
Os conetas são uns CONAS!

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Aviso à navegação!

Este espaço está em desenvolvimento... Ainda nos faltam acrescentar aqui umas mariquices para a javardeira que, certamente, darão a esta tasca a côr que realmente merece. Cawralho, amigos moucos... Que blog cúle temos aqui!
Temos, não temos?! Ou não temos?